Friday, May 15, 2020

Inter-organizational network - Free Essay Example

Sample details Pages: 33 Words: 9965 Downloads: 3 Date added: 2017/06/26 Category Statistics Essay Did you like this example? Competncias Crticas ao Desenvolvimento de Mapas Cognitivos de Redes Interorganizacionais Resumo: A pesquisa objetiva identificar alguns dos conhecimentos e habilidades requeridas para compreenso e abstrao de redes interorganizacionais por intermdio de diagramas de rede. Para tanto, desenvolveu-se um exerccio prtico junto a 102 alunos da rea de Administrao. No exerccio, solicita-se o desenvolvimento de um diagrama de rede a partir da transcrio de falas de atores centrais de uma rede do cultivo de uva. Don’t waste time! Our writers will create an original "Inter-organizational network" essay for you Create order Na fase de pr-anlise das respostas os pesquisadores identificaram aspectos crticos para abstrao de redes interorganizacionais, reflexo que auxiliou a definir os cdigos requeridos para explorao do material por meio de anlise de contedo: (a) abstrao de organizaes com mesma funo na rede; (b) abstrao de macroprocessos que compem a rede e (c) abstrao do ator central da rede. Alm de apurar grande dificuldade dos alunos para compreenso e abstrao de redes interorganizacionais, a pesquisa auxiliou na identificao de algumas competncias crticas para tal, como: (a) conhecimentos e habilidades referentes a entidades e seus relacionamentos, como os alcanados pela prtica das tcnicas de construo de modelo entidade-relacionamento; (b) conhecimentos e habilidades de processos de negcio, em especial de atividades de decomposio e sntese de processos. Palavras-chaves: Rede interorganizacional; Diagrama de rede; Mapa cognitivo. Abstract: The aim of research is identify some knowledge and abilities required for understanding and abstraction of inter-organizational network by network diagrams. For this, to grow a practical exercise in 102 students of Administration area. In the exercise, was requested the development of a network diagram from discourse transcription of central actors central of the grape culture network. In the pre-analysis phase of answers the researchers identified critical aspects for abstraction of inter-organizational network; this reflection helps to define the required codes for material exploration of content analysis: (a) abstraction of organizations with same function in the network; (b) abstraction of macro processes that compose the network and (c) abstraction of the central actor of network. Beyond observe the great difficulty of the students for abstraction and understanding inter-organizational network, the research help in the identification of some critical competencies for it, as: (a) knowledge and abilities about the entities and its relationships, like reached by techniques practices of construction model entity-relationship; (b) knowledge and abilities of business processes, in special of activities processes decomposition and synthesis. Key-words: Inter-organizational network; Network diagram; Cognitive map. 1 Introduo O conceito de rede interorganizacional implica na organizao de pessoas e empresas em torno de interesses e objetivos comuns. Caracteriza-se pela postura dinmica, com pouca hierarquia e muita conectividade entre seus atores. S existe quando em movimento, sem a participao das partes deixam de existir. As redes sociais tm um sentido mais amplo, pois tratam de indivduos e organizaes, seus valores, seus interesses e objetivos. As redes interorganizacionais so um tipo de redes sociais, que assumem um carter scio-tcnico e operacional. Gesto da cadeia de fornecedores (supply chain management), gesto de cadeia colaborativa (collaborative network), arranjos produtivos locais (clusters) so exemplos de temas de interesse de pesquisa na cincia da administrao pertinentes a estudos interorganizacionais. Essas pesquisas concentram-se em relaes estabelecidas entre empresas que podem se configurar em uma rede. Tal conjunto de empresas pode ser representado e analisado por intermdio de diagrama de rede que representa organizaes como atores, ou ns de rede. Os relacionamentos interligam os diversos atores. Os temas de pesquisa pertinentes a redes so de interesse tanto da academia quanto das prprias organizaes. Taylor (2005) afirma que o gerenciamento da cadeia de suprimentos passou da funo de suporte para habilidade essencial das organizaes, envolvendo a empresa como um todo. As cadeias de suprimentos so a ltima mina inexplorada. Hoje, o gerenciamento da cadeia de suprimentos muito mais importante do que a manufatura como habilidade essencial, tanto que possvel, como exemplificaram a Nike e a Cisco Systems dominar o mercado de determinado produto sem ter muito mais do que uma fbrica em operao. (abid, p.8). A expresso redes de negcios extremamente abrangente e pode, por exemplo, ser abordada a partir de dois paradigmas: contedo social, que afirma que a rede social um padro de convivncia, constituindo-se as redes de negcios em subsistemas da rede social, e contedo estratgico, a partir de um planejamento das empresas (EBERS e JARILLO, 1997; OLIVER e EBERS, 1998; CASTELLS, 2000). Desta forma, as empresas buscariam nas redes obter uma posio mais competitiva. Miles e Snow (1992) afirmam que o nascimento organizado das redes passou a ocorrer a partir de 1980, em um quadro de muitas mudanas e predomnio de incertezas. Entre os motivos dessa situao havia o rpido desenvolvimento tecnolgico e as mudanas de valores e comportamentos dos consumidores. Surgiram os movimentos de parcerias entre compradores e vendedores e as redes de organizaes, para estabelecer relacionamentos de longo prazo e para o surgimento de interdependncia e de confiana, caracterizando uma abordagem mais voltada aos aspectos d e relaes sociais. A essncia bsica de uma rede o fenmeno da co-opetio. Esta palavra, que simultaneamente expressa cooperao e competio entre empresas, tem-se tornado crescentemente popular nos anos recentes, como atestam os trabalhos de Harbison e Pekar Jr. (1998), Coy (2006), Gnyawali e Park (2009). Coy (2006, p.96) chega a exprimir que dormir com o inimigo ou aprender a trabalhar com rivais muito importante para o sucesso da empresa. Por outro lado Quintana-Garca e Benavides-Velasco (2004) mostram que a co-opetio ajuda a incrementar a diversidade tecnolgica e a combinar de forma complementar recursos de empresas rivais com vistas a desenvolver novas tecnologias e produtos. Estes aspectos positivos em relao s redes interorganizacionais ressaltam a importncia de se mapear e conhecer seus atores. Os elementos fundamentais de uma rede interorganizacional so os atores e as relaes que se estabelecem entre eles. Uma relao entre dois autores tem fora e contedo. O contedo inclui informao, conselho ou amizade, interesses compartilhados ou pertencimentos e, tipicamente, algum nvel de confiana (GRANOVETTER et al., 1998, p. 219). Os atores da rede ao mesmo tempo em que limitam a rede so pontos a partir dos quais a rede se difunde. Castells (2005) afirma que, como estruturas abertas, as redes so capazes de expandirem-se de forma ilimitada, integrando novos ns, desde que compartilhem o mesmo cdigo de comunicao. Nohria e Eccles (1992) afirmam que existem trs razes para o aumento do interesse no tema redes interorganizacionais: a) a emergncia da nova competio; b) o surgimento das tecnologias de informao e comunicao (TICs) que possibilitam uma maior capacidade de interrelaes entre firmas dispersas; e c) a consolidao da anlise de redes como uma disciplina acadmica, no somente restrita a alguns grupos de socilogos, mas expandindo para uma ampla interdisciplinaridade dos estudos organizacionais. Um aspecto fundamental a capacidade da pessoa em compreender e abstrair as entidades constituintes da rede e as relaes entre estas. Desta demanda, derivou-se a pergunta da presente pesquisa: quais as principais dificuldades encontradas por estudantes de administrao em termos de compreenso e explicitao de rede interorganizacional por intermdio de diagramas de rede? O objetivo da presente pesquisa desenvolver uma reflexo acerca de aspectos crticos para compreenso e representao de redes interorganizacionais, a fim de identificar conhecimentos e habilidades requeridas aos alunos da administrao. A representao de redes interorganizacionais estrutura-se em torno de algumas variveis estruturais do campo organizacional, tais como: a centralidade da rede, que pressupe que os atores do centro da rede so estruturalmente dominantes. A centralidade est associada ao grau em que um ator est envolvido em todas as relaes no sistema (GALASKIEWICZ, 1979; KNOKE e BURT, 1983) e fundamental que seja compreendida e determinada. Outra varivel importante a posio dos atores na rede (associada hierarquia da rede), varivel esta que para Knoke (1994) e Marsden e Friedkin (1994) expressam subgrupos de coeso. Desta forma, e de acordo com Porter (2005) e Nilsson e Rapp (2004), o conhecimento da cadeia produtiva importante para que uma empresa possa, efetivamente, criar valor para os clientes atravs da reduo de custos e melhoria de desempenho dos produtos. Para alcanar tal objetivo, desenvolveu-se um exerccio que foi aplicado junto a 102 alunos da rea de Administrao. No exerccio, solicita-se o desenvolvimento de um diagrama de rede a partir da transcrio de falas de atores centrais de uma rede fictcia do cultivo de uva. 2 Metodologia 2.1 Roteiro e Procedimentos da Pesquisa A presente pesquisa est centrada na percepo de um problema, orientada para prtica do mundo real, de um tema pertinente aos interesses de acadmicos e praticantes. Os pesquisadores solicitaram a alunos de administrao que respondessem a um teste desenvolvimento de um diagrama de rede -, ou seja, estabeleceu-se um dilogo entre professor e aluno, cuja resposta esperada um diagrama, composto por cones e textos. O roteiro da pesquisa foi estruturado a partir da sugesto de Bardin (2009) de atividades necessrias para aplicao da tcnica de anlise de contedo, descrito na Figura 1. Os procedimentos realizados na pesquisa esto descritos a seguir: a) Discusso em grupo entre quatro docentes-pesquisadores da rea de gesto de redes para definio dos aspectos da diagramao de redes interorganizacionais, normalmente negligenciados ou de difcil compreenso pelos alunos de administrao; b) Desenvolvimento de uma questo a ser aplicada aos alunos de administrao que solicita o desenvolvimento de um diagrama de rede a partir de informaes provenientes de atores centrais de uma rede fictcia de cultivo da uva, ou seja, dos agricultores de uva. Informao transmitida na forma de transcries das falas desses agricultores, conforme descrito no Quadro 1. Ao desenvolver as falas transcritas da questo, procuro-se abranger os aspectos da diagramao de rede, identificados no item anterior como de difcil compreenso pelos alunos da administrao; c) Resoluo do exerccio proposto com gerao de um gabarito para correo das respostas dos alunos, Figura 3; d) Desenvolvimento de texto explicativo contendo os conceitos, fundamentos e exemplos do diagrama de rede, alm de trs exemplos de diagramas de redes colaborativas: um bastante amplo, abrangendo toda a cadeia da indstria txtil, descrito na Figura 2, e outros dois de clusters regionais, um do vinho da Califrnia e outro da moda em couro da Itlia (PORTER, 1998). Contedo a ser apresentado aos alunos antes da questo; Quadro 1 Exerccio proposto aos alunos 1 Elabore a representao grfica da cadeia de valor para atividade agrcola do cultivo da uva, tendo como parmetro as transcries de entrevistas realizadas com agricultores locais. Temos um timo relacionamento com as empresas Cabral, Telles, Mudinha e outras tantas, que produzem localmente mudas certificadas de videira que se adaptam muito bem s condies de nosso clima e solo. A instalao do Instituto de Pesquisa Agrcola do Estado em nossa cidade fortaleceu muito a competncia do nosso Centro de Desenvolvimento de Videiras. Acredito que essa seja a justificativa da expanso de nossas empresas produtoras de mudas que atendem inclusive outros estados. Temos uma cooperativa de trabalhadores rurais especializada nas atividades poda e cultivo de parreiras. Tanto prestamos servios a no cooperados, perante contrato de prestao de servios como atendemos os cooperados, que tem direito a uma quantidade de horas de trabalhos previstas ao longo do semestre. A cultura da lida com a uva foi assegurada com a implantao na dcada de 80 da Escola Tcnica Rural, ela colabora muito com a formao de pessoal para trabalhar nos Vinhedos, considerando que nem todos os netos querem permanecer no campo e a mo de obra no mais familiar como antes. A indstria de polpa de frutas trabalha muito prxima conosco, assegura a compra de boa parte de nossa produo. Para no haver dependncia to forte deles, asseguramos a venda de parte de nossa produo para varejistas da regio e de outros estados. Para sermos mais competitivos em qualidade, decidirmos privilegiar duas empresas transportadoras locais, tendo como contrapartida a compra de modernos veculos de transporte climatizados para nossas frutas. Conseguimos contratos com novos varejistas, principalmente alguns mais distantes fisicamente, em funo dessa parceria. As vincolas no so mais to atrativas e fortes na regio como antes, mas continuam a ser um ponto de escoamento importante para boa parte da nossa produo, pois muitos plantam uvas do tipo Merlot. Somos o primeiro plo de produo de uva a oferecer uva de mesa com embalagens segundo a nova norma europia, graas aos esforos dos nossos parceiros que desenvolveram embalagens 100% reciclveis. e) Identificao de quatro instituies de ensino superior com cursos lato sensu, MBA em gesto empresarial, que fosse vivel a aplicao do questionrio. Amostra de convenincia, pela seleo de instituies de conhecimento dos pesquisadores, todas da cidade de So Paulo (SP); f) Para cada uma das quatro instituies procedeu-se com a apresentao do texto explicativo sobre redes interorganizacionais, seguido da aplicao do questionrio junto aos discentes; g) Pr-anlise por intermdio de uma leitura rpida das respostas ou como denomina Bardin (2009): leitura flutuante das respostas; h) Definio dos cdigos para desenvolvimento da analise de contedo. Segundo Bardin (2009), um dos papis centrais do pesquisador est no trabalho de poda, aquele de delimitar as unidades de codificao ou registro. Na presente pesquisa definiram-se os seguintes cdigos para anlise: (C1) Abstrao de organizaes com mesma funo na rede em torno de representao nica, ou seja, presena de uma entidade no diagrama de rede; (C2) Abstrao de macroprocessos que compem a rede, caracterizados por delimitao grfica da(s) entidade(s) que o constituem alm de um ttulo; (C3) Abstrao do ator central da rede com a entidade que representa o(s) ator(es) que realiza(m) a atividade econmica central disposta no centro do diagrama da rede, com as demais entidades dispostas ao seu redor. i) Anlise e avaliao das respostas dos discentes pela tcnica de anlise de contedo; j) Tabulao e preparo dos resultados apurados pela anlise de contedo para aplicao de anlise estatstica; k) Anlise estatstica dos resultados apurados pela anlise de contedo; l) Sntese e seleo dos resultados que permitem melhor compreenso das dificuldades dos alunos na elaborao de diagramas de rede; m) Inferncias e interpretaes sobre conhecimentos e habilidades necessrias para suprir tais dificuldades dos discentes. 2.2 Anlise dos dados A anlise dos dados foi feita por meio de duas abordagens qualitativas: anlise de contedo e estatsticas no-paramtricas. A estatstica no-paramtrica no requer que a populao seja normal. As amostras podem ser relativamente pequenas. No exigem nvel intervalar; as medidas podem ser do tipo simples. Cabe observar que os testes paramtricos so mais precisos. Suas tcnicas so vlidas na hiptese de que a populao normal. Neste caso as amostras so de tamanho relativamente grande. Os mtodos No-Paramtricos podem ser aplicados a uma ampla diversidade de situaes, porque no exigem populaes distribudas normalmente. Ao contrrio dos mtodos Paramtricos, os mtodos No-Paramtricos podem, freqentemente, ser aplicados a dados no-numricos. Os mtodos No-Paramtricos, em geral, envolvem clculos mais simples do que seus correspondentes Paramtricos, sendo assim, mais fceis de entender. Os mtodos No-Paramtricos tendem a perder informao, porque os dados numricos so, freqentemente, reduzidos a uma forma qualitativa. Os testes No-Paramtricos no so to eficientes quanto os testes Paramtricos. Assim, com um teste No-Paramtrico, em geral necessitamos de uma amostra maior ou maiores diferenas para ento rejeitarmos uma hiptese nula (SIEGEL e CASTELLAN JR ,1988, p.8). As vantagens das tcnicas no-paramtricas apontadas por Baquero (1970, p.216) so: (1) a normalidade da populao e dos seus respectivos parmetros prescindida; (2) so aplicadas s amostras obtidas de populao diferente; (3) as medidas podem ser do tipo simples de escala nominal; (4) as amostras podem ser realmente pequenas; e (5) os clculos matemticos so simples. No que se refere s tcnicas no-paramtricas foi utilizado o teste c2 (Qui-quadrado). Foi feito um teste de aderncia para medir o ajustamento ou concordncia dos escores observados aos valores tericos esperados ou deduzidos do ponto de vista matemtico. 3 Referenciais tericos utilizados nas anlises A anlise de dificuldades conceituais encontradas pelos alunos dos cursos de administrao no desenvolvimento de diagramas de rede ser pautada em trs referenciais tericos: teoria geral dos sistemas (TGS), entidades e relacionamentos, e processo de negcio. A TGS o principal constructo terico, fundamental para o entendimento dos outros dois. A seguir esses trs conceitos so descritos. 3.1 Teoria Geral dos Sistemas (TGS) Historicamente, o esforo das organizaes na procura das melhores prticas de negcios teve sua origem em 1911 quando Frederick Winslow Taylor publicou sua obra, Principles of Scientific Management, quase ao mesmo tempo em que Henry Ford revolucionava os processos de manufatura, inaugurando a sua linha de produo contnua. Taylor argumentava que a simplificao, os estudos de tempos e a experimentao sistemtica eram as ferramentas indicadas para se encontrar o melhor caminho para executar uma tarefa, monitor-la e avaliar os seus resultados (HARMON, 2003). A TGS surgiu como uma crtica abordagem cientfica e reducionista predominante no incio do sculo XX, que reduzia as entidades. Por exemplo, um animal, para o estudo individual de suas propriedades e de suas partes ou elementos (rgos ou clulas). A TGS direciona a anlise do pesquisador para o todo, ou seja, para as relaes entre as partes que se interconectam e interagem orgnica e sistemicamente. A TGS aplicada cincia da administrao resultou em uma nova abordagem administrativa: a abordagem sistmica para gesto das organizaes. As abordagens administrativas anteriores no consideravam o lado externo da organizao, trabalhavam com a especializao de assuntos internos da organizao de formas estanques, simplificavam as organizaes e, conseqentemente, a gesto como um todo. Acabavam no auxiliando o gestor das organizaes a entender e administrar toda complexidade envolta nas organizaes. A partir da aplicao dos conceitos da TGS na gesto das organizaes, passou-se a considerar a complexidade crescente das organizaes. A viso limitada e simplificada da escola cientfica da administrao j era questionada no ocidente desde 1918. A pesquisadora Mary Parker Follet insistia em que os administradores deveriam considerar a empresa como um todo (modelo holstico), no apenas seus indivduos e grupos, mas, inclusive, os fatores ambientais como poltica, economia e biologia (FOLLETT, 1997). Ludwig Von Bertalanffy reconhecidamente o primeiro autor a defender a viso organicsta na biologia e o papel da simbologia na interpretao da experincia humana. aceito como um dos fundadores da Teoria Geral dos Sistemas e a conotao de geral significa que seus conceitos e suas principais aplicaes se observam na cincia em geral e em toda a escala de disciplinas, da Fsica Biologia, da Sociologia Filosofia, da Economia Administrao. Para ele se um objeto um sistema deve ter certas caractersticas gerais dos sistemas, qualquer que seja o sistema. (BERTALANFFY, 1975, p.121). Bertalanffy, j na dcada de 20, advogava uma concepo organsmica na biologia que acentuasse a considerao do organismo como totalidade ou sistema e visse o principal objetivo das cincias biolgicas na descoberta dos princpios de organizao em seus vrios nveis. Apontou a analogia organsmica da biologia para com as instituies, chamando em sua defesa outros autores. Bertalanffy (1975) introduziu o tema teoria geral de sistemas para descrever as caractersticas principais de organizaes como sistemas com as seguintes importantes propriedades: 1) organizaes (tal como organismos) so compostos por sistemas; 2) todos os sistemas tendem a encontrar o equilbrio; 3) e todas as organizaes so sistemas abertos pelo fato de afetarem e serem afetados pelo meio ambiente. Bertalanffy caracterizou a Teoria Geral dos Sistemas como [] uma cincia geral da totalidade [] uma disciplina lgico-matemtica, em si puramente formal, mas aplicvel s vrias cincias empricas. (BERTALANFFY 1975, p.61). A possibilidade de descries abstratas, no dependentes da natureza especfica de um sistema, foi apontada como a razo para a escolha dos sistemas de equaes diferenciais para o estudo dos sistemas em geral (BERTALANFFY, 1975; RAPOPORT, 1976). Maruyama (1963) concebe sistemas como redes de mltiplas interaes circulares, tanto de ampliao de desvios como de neutralizao de desvios. Entretanto, o autor chama ateno para a existncia de relaes de influncia entre dois ou mais elementos, em ambas as direes, que no implicam necessariamente causalidade mtua. Cita o exemplo de uma empresa A que produz matria-prima e, outra B, que produz equipamentos usando a matria-prima de A (A compra equipamentos de B). Supondo que uma terceira empresa C demande tanto uma grande quantidade de matria-prima de A como de equipamentos de B, simultaneamente crescero as vendas de A e de B. Entretanto, nesse caso, o aumento da atividade no causado por relaes de causalidade mtua, mas sim por um terceiro fator, a indstria C. Assim, se duas empresas mantm relaes entre si e se ambas as empresas mantm relaes com outras empresas, necessrio distinguir as relaes de causalidade mtua entre A e B das demais interaes que podem provocar resultados semelhantes. Outra i mportante contribuio de Maruyama (1963) foi o diagrama de sinal de enlace causal, ou simplesmente diagrama de enlace causal, concebido para descrever as interaes de sistemas complexos. Para Morin (1992) o contedo do termo organizao, na perspectiva sistmica, substancialmente distinto da perspectiva clssica. Nas cincias clssicas a organizao um conceito esttico, de ordem e regras invariveis, associado noo de estrutura da viso mecanicista. Na perspectiva sistmica uma noo com caractersticas dinmicas, que se refere a processos que se auto-mantm em sistemas naturais ou que so mantidos em sistemas construdos pelo homem. A organizao como noo sistmica central, segundo Morin (1992), engloba as seguintes caractersticas: * a organizao em sistemas fsicos e em todos os biolgicos ativos envolve suprimento, estoque, distribuio e controle de energia, bem como, consumo e dissipao de energia em seu trabalho (op. cit., p. 127); * como conseqncia da caracterstica anterior, a organizao produz entropia degradao do sistema e da prpria organizao e negentropia a regenerao do sistema, incluindo a reorganizao permanente das relaes que especificam a prpria organizao do mesmo; * a organizao envolve interaes que especificam a abertura do sistema (trocas com o seu ambiente) ao mesmo tempo em que mantm o fechamento organizacional (manuteno de um padro de interaes fechadas, responsveis pela autonomia e integridade do sistema); * organizao significa a criao de ordem onde impera o determinismo sistmico. Entretanto, esta ordem pode ser flexvel, contemplando zonas de incerteza, disputa e liberdade. A desordem um ingrediente inevitvel, gerado complementarmente prpria atividade organizacional; * em funo da caracterstica anterior a presena simultnea da ordem e desordem -, a organizao envolve incertezas e antagonismos; * o ser e a existncia so caractersticas relacionadas organizao sistmica, quando essa assume a forma auto-organizadora. A auto-organizao gera ser e existncia (op. cit., p. 128). Os tericos organizacionais Katz Kahn (1978) estiveram entre os pioneiros na aplicao dos conceitos sistmicos a organizaes sociais. A partir do conceito de sistema aberto destacaram o lugar central dos processos de importao, transformao e exportao de energia (produtos) como fonte bsica da auto-perpetuao das organizaes. Katz Kahn (1978) procuraram, inicialmente, identificar o que uma organizao de um ponto vista geral. A idia bsica dos autores de que organizaes possuem objetivos relacionados s funes que desempenham no ambiente. Criticam, entretanto, as posies tradicionais, por conceberem as funes das organizaes sociais a partir dos propsitos dos seus lderes ou grupos predominantes. Katz Kahn (1978) estavam especialmente interessados em organizaes de grande escala, que dependessem explicitamente das suas entradas e sadas para se renovar os seus padres cclicos internos. A concepo geral dos autores est transcrita a seguir: Todos os sistemas sociais, incluindo organizaes, consistem de atividades padronizadas de um nmero de indivduos. Alm disso, essas atividades padronizadas so complementares ou interdependentes com respeito a uma sada comum ou resultado; so repetitivas, relativamente duradouras e limitadas no espao e no tempo. Se o padro de atividades ocorre somente uma vez ou em intervalos no previsveis, no podemos falar de uma organizao. A estabilidade ou recorrncia de atividades pode ser examinada em relao entrada energtica no sistema, a transformao das energias dentro do sistema, e o produto resultante ou sada energtica. (KATZ KAHN 1969, p.89) Do ponto de vista das concepes sistmicas gerais, a formulao mais importante agregada por Katz Kahn (1978) foi a identificao dos padres de estruturas sociais com as cadeias energtica de eventos entrada de energia, sua transformao, at o fechamento do ciclo que realimenta o processo. As organizaes eram concebidas, desta forma, como um sistema complexo constituindo uma rede de entidades relacionadas. Estas propriedades possibilitaram a utilizao do Modelo Entidade-Relacionamento para a sua representao. 3.2 Entidades e Relacionamentos O Modelo Conceitual de Entidades e Relacionamentos foi introduzido por Chen (1990). A larga utilizao desse modelo se deve basicamente pelo fato de conseguir expressar situaes do mundo real com simplicidade, facilidade e riqueza semntica atravs de smbolos com uma conceituao rigorosa. De acordo com Chen (1990), a viso de uma dada realidade baseia-se no relacionamento entre entidades, os quais retratam os fatos que governam esta mesma realidade, e que cada um (entidade ou relacionamento) pode possuir atributos (qualificadores desta realidade). O conceito de abstrao permite ao analista separar da realidade em estudo, as partes que so realmente relevantes para o desenvolvimento do sistema de informaes e excluir da modelagem todos os aspectos que no exercem influncia sobre o ambiente a ser modelado. Segundo Chen (1990), entidade uma coisa que pode ser distintamente identificada por suas caractersticas descritas pelos atributos. A entidade Viveiro de Mudas de Videira, por exemplo, caracterizada por uma srie de atributos que qualquer organizao dessa natureza deve possuir: nome da organizao, endereo, tipo de uva desenvolvida, nome do agrnomo responsvel, entre outros dados. No modelo entidade-relacionamento (E-R) cada organizao com esse perfil considerada uma instncia. Assim, na questo h trs organizaes que desenvolvem mudas, ou seja, trs instncias da entidade Viveiro de Mudas de Videira. Independente da quantidade de organizaes (instncias da entidade) dessa natureza, dentro de uma rede, a estrutura de dados se aplica igualmente, tanto para 3 organizaes quanto para 300 ou 3000. No diagrama E-R desenvolvido por Chen (1990) uma entidade representada por um retngulo, assim como no diagrama de rede interorganizacional. O Modelo E-R prope que a realidade seja visualizada sob trs pontos de vista: (a) os objetos que compem a realidade; (b) os tipos de informao ou caractersticas que se deseja conhecer sobre os objetos que compem a realidade e (c) a forma como estes objetos interagem entre si. Desta forma, o Modelo E-R composto por trs conceitos CHEN (1990): * Entidade objeto ou evento do mundo real, distintamente identificado e tratado como uma categoria definida, acerca da qual armazenamos dados. A sua representao um retngulo; * Atributo caracterstica inerente a uma entidade. Os atributos representam as informaes, que caracterizam exclusivamente a entidade, e que desejamos registrar; * Relacionamento associao, com um significado, entre duas ou mais entidades. 3.3 Processos de Negcio O termo processo de negcio, embora abstrato, pode ser exemplificado de diversas formas. Uma definio bastante simplista e prtica de entend-lo por meio de analogia com processos tangveis como os realizados nas linhas de produo em que se pode verificar um trabalho sendo executado por meio de diferentes atividades seqenciais, que corroboram para a composio do produto final. Muitas das tcnicas e conceitos aplicados gesto por processos foram concebidas em reas fora da Administrao, sobretudo na Engenharia de Produo, mais especificamente nas prticas do gerenciamento operacional (ARMISTEAD et al., 1995). O processo de negcio, assim como o processo produtivo, composto por diversas etapas de produo ou atividades a serem executadas. Dessa forma, a seqncia de atividades para se vender um produto pode ser definida como processo de venda. A idia de dividir o trabalho em atividades seqenciais surgiu em meados do sculo XVIII, no incio da Revoluo Industrial, quando a mecanizao exigiu a diviso do trabalho. Exemplo clssico est no clebre Inqurito sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Naes, slido livro em dois volumes com mais de mil pginas publicado em 1776 por Adam Smith (1993), que relata a experincia da fabricao de alfinetes dividida em 11 operaes. O conceito de diviso do trabalho em tarefas o ponto de consenso entre os principais pensadores da administrao contempornea quanto definio de processo de negcio, conforme pode se observar nas definies abaixo: * um conjunto de atividade cuja operao conjunta produz um resultado de valor para o cliente (HAMMER e CHAMPY, 1997); * uma srie de etapas criadas para produzir um produto ou servio, incluindo vrias funes e preenchendo as lacunas existentes entre as diversas reas organizacionais, objetivando com isto estruturar uma cadeia de agregao de valor ao cliente (RUMMLER e BRACHE, 1995); * o local onde os recursos e competncias da empresa so ativados a fim de criar uma competncia organizacional capaz de preencher suas lacunas a fim de gerar uma vantagem competitiva sustentvel (BERETTA, 2002); * um grupo de tarefas interligadas logicamente, que utilizam os recursos da organizao para gerao de resultados pr-definidos, visando apoiar os objetivos da empresa (HARRINGTON, 1991); * uma organizao de atividades de trabalho, com incio, fim e com entradas e sadas claramente definidas (DAVENPORT, 1994). Todos esses conceitos so oriundos da TGS e foram introduzidos na cincia da administrao. Da grande diversidade de conceitos para processos de negcio, extraiu-se a essncia comum maioria das descries: processos de negcio so fluxos de trabalhos que atendem um ou mais objetivo da rede interorganizacional e que proporcionam agregao de valor sob a ptica do cliente final. No exemplo da Figura 2 est evidenciado os principais fluxos de trabalho da rede txtil. As linhas pontilhadas do diagrama e o nome esquerda destes segmentos descrevem as cinco macro-etapas produtivas do segmento txtil: beneficiamento de fibras txteis, fiao, tecelagem/malharia, beneficiamento de produto txtil e confeco. 4 Anlise das principais dificuldades encontradas pelos alunos no desenvolvimento do exerccio proposto Da fase de pr-anlise das respostas definiram-se os cdigos a serem empregados na anlise de contedo, identificados como muito importantes para que o discente possa compreender e expressar-se por meio de diagramas de redes interorganizacionais. Tais cdigos so os seguintes: (C1) organizaes com mesma funo na rede; (C2) macroprocessos que compem a rede; e (C3) ator central da rede. A generalizao de organizaes que desempenham uma mesma atividade dentro da rede (C1) foi a dificuldade com maior freqncia de ocorrncia entre os alunos que realizaram o exerccio. Conforme pode se observar no consolidado das respostas, descrito na Tabela 3, 68,18% dos alunos da amostra no apresentaram evidncias do domnio dessa abstrao. A evidncia poderia ser consubstanciada em duas situaes do exerccio: a primeira relativa aos trs viveiros de mudas citados na transcrio Temos um timo relacionamento com as empresas Cabral, Telles, Mudinha e outras tantas e a segunda com relao s duas transportadoras citadas Para sermos mais competitivos em qualidade, decidirmos privilegiar duas empresas transportadoras locais. Nos diagramas desenvolvidos pelos alunos, muitos criaram trs entidades independentes, correspondentes aos trs viveiros citados no texto, bem como, representaram duas transportadoras distintas, conforme pode se observar na Figura 4. O domnio de conceitos de modelagem de dados, exercitados, por exemplo, por intermdio da tcnica de modelo entidade relacionamento, capacitam analistas de negcios e administradores a identificarem conjuntos de atores que desempenham um mesmo papel na rede. O conceito de entidade representa objetos distintos, porm, de mesma natureza, caracterizado pelo mesmo conjunto de atributos ou caractersticas. A partir do domnio do conceito de entidade nota-se que tanto a empresa Cabral, quanto a Telles e a Mudinha so similares para o contexto da rede, ou seja, so objetos de mesma natureza: desenvolvem mudas de videiras. Por essa razo, o insight de abstrair, de caracterizar todos os viveiros como um player (ator) da rede viveiros de mudas de videiras conforme descrito na Figura 3. Outro aspecto a ser destacado com relao aos atores (ou entidades) da rede com relao denominao destes, caracterizada por um substantivo e no por verbo. Exemplo tpico de nome imprprio ocorrido no exerccio foi, por exemplo, de entidade com o ttulo transportar frutas, enquanto o correto seria transporte especializado em frutas. Notou-se que muitos alunos confundiram o desenvolvimento da representao grfica de rede com fluxograma de atividades, o qual apresenta retngulos com verbos, ou seja, ttulos de atividades, de tarefas executadas ao longo do fluxo de trabalho. O segundo aspecto problemtico, evidenciado pelas anlises de contedo e estatsticas descritivas, foi a identificao de macroprocessos que compem a rede (C2). 66,67% dos discentes no trabalharam ou evidenciaram esse conceito em suas respostas. No exemplo de resoluo vlida do exerccio proposto pelos pesquisadores, Figura 3, os macroprocessos definidos foram: insumos, lavouro, preparo transporte, e mercado. O problema mais comumente encontrado foi a no descrio ou indicao de macroprocessos, ou seja, diagramas contendo apenas entidades e enlaces entre estas. Os conceitos e tcnicas descritos no referencial terico sobre processos de negcios so muito oportunos para exercitar fundamentos e habilidades de sntese de atividades, como solicitado no exerccio. A habilidade de sintetizar independe do nvel da abstrao dos elementos envolvidos. Um tecnlogo em processamento de dados desenvolve fluxogramas compondo passos elementares (comandos de programas) em fluxos de trabalho, um analista de negcios caracteriza um processo de negcio compondo processos. A dificuldade dos discentes em identificar o ator central da rede (C3) o agricultor da uva ocorreu com 53,03% dos respondentes. Quanto a esse aspecto cabe uma reflexo quanto ao domnio dos discentes da TGS, a capacidade deles perceberem uma rede interorganizacional como sendo um sistema. O discente com discernimento da viso sistmica (TGS) capaz de identificar redes empresariais como sistema; a rede fictcia descrita no exerccio proposto, tambm seria compreendida como um sistema. O domnio dos fundamentos da TGS implica na compreenso de sistemas serem compostos por entidades, com relaes entre estas e com objetivo e meio-ambiente comum. A reflexo do objetivo comum implica na identificao do objeto ou funo central da rede. No exerccio, isso conduziria na identificao da uva como objeto central da cadeia, bem como do ator central da rede: o agricultor, a entidade que cultiva a uva. 4.1 Estatstica descritiva dos resultados A Tabela 1 mostra os resultados obtidos pelos alunos em relao aos cdigos analisados. Os resultados esto tabulados por turma. Um total de 102 alunos de cursos de ps-graduo Lato Sensu em Gesto Empresarial constituram as cinco turmas divididas por quatro instituies de ensino. Tabela 1 Respostas dos alunos Legenda: T = Turmas (5) C = cdigos analisados (3) 1 = contedo observado 0 = contedo no observado Fonte: desenvolvido pelos autores As estatsticas descritivas so sinteticamente apresentadas na Tabela 2. Os valores exibidos mostram um desempenho inferior da turma T4, cuja mediana diferiu significativamente das medianas das demais turmas. A turma T4 uma turma composta, predominantemente, por alunos oriundos de cursos das reas de biomdicas e, por esta caracterstica, distingue-se das demais turmas compostas, predominantemente, por alunos egressos de cursos de bacharelado em Administrao. Tabela 2 Estatsticas descritivas T1 T2 T3 T4 T5 Total Tamanho da amostra = 12 7 5 36 42 102 Mnimo 0 0 0 0 0 Mximo 10.0 10.0 7.0 10.0 10.0 Mediana 3.0 3.0 3.0 0.0 3.3 Primeiro Quartil (25%) 0.0 3.0 3.0 0.0 0.0 Terceiro Quartil (75%) 7.0 8.5 3.0 6.7 6.7 Fonte: desenvolvido pelos autores Dado o resultado significativamente diferente apresentado pela turma T4, esta foi removida das anlises subseqentes com o objetivo de se obter resultados mais consistentes, como mostra a Tabela 3. Esta tabela exibe a freqncia observada de concordncias das turmas em relao aos cdigos. Por exemplo, a turma T1, 33,33% dos alunos observaram o cdigo C1; 25,00% deles observaram o cdigo C2 e dois em cada 3 observaram o cdigo C3. A tabela mostra que, de forma geral, o cdigo C1 foi observado por 31,82% dos alunos; o cdigo C2 foi observado por 33,33% e o cdigo C3 foi observado por cerca de 47% dos alunos. Tabela 3 Anlise da freqncia da concordncia em relao aos Cdigos % de concordncias Qtde % conc. para as 4 turmas Turma 1 2 3 5 1 2 3 5 Acert Total % C1 33.33 71.43 40.00 23.81 4 5 2 10 21 66 31.82 C2 25.00 28.57 0.00 33.33 3 2 3 14 22 66 33.33 C3 66.67 57.14 60.00 45.24 8 4 0 19 31 66 46.97 Fonte: desenvolvido pelos autores A Tabela 4 mostra, pelo teste c2 (Qui-quadrado) elaborado no Software Estatstico BioEstat 5.0, que no h diferena significativa ao nvel de confiana de 95%, quanto a predominncia de algum cdigo. Isto significa dizer que os alunos pesquisados de forma igual: no utilizam o conceito de entidade representando objetos distintos; no conseguem identificar os macroprocessos contidos na rede; e no reconhecem o ator central da rede. Tabela 4: Teste c2 (Qui-quadrado). Resultados Soma das Categorias 112.120 Qui-Quadrado 3.727 Graus de Liberdade 2 (p)= 0.1551 Fonte: desenvolvido pelos autores Dar articulao da superfcie dos textos, ou seja, dos diagramas analisados e dos fatores que determinaram as caractersticas neles produzidas, em especial dos aspectos atrelados aos trs cdigos analisados, seja pela sua correta insero, pela sua ausncia ou pela sua m compreenso, evidenciou-se que os alunos de administrao possuem muitas dificuldades para representar um diagrama de redes a partir de relatos de atores da mesma. . Constatou-se nos resultados da amostra pesquisada a no compreenso clara dos conceitos de diagramao de redes e do prprio entendimento da complexidade da rede em movimento. 5 Concluses Entre os resultados da pesquisa est a identificao de alguns aspectos de difcil compreenso pelos discentes da administrao na atividade de desenvolvimento de diagramas de rede interorganizacionais: (C1) organizaes com mesma funo na rede; (C2) macroprocessos que compem a rede; e (C3) ator central da rede. Constatou-se, tambm, a pouca percepo dos membros da amostra com relao a aspectos caractersticos de redes, a saber: a rede como organizaes multifaceadas; a rede com estruturas horizontalizadas, no hierrquicas; e a rede e sua governabilidade. Pela importncia do conceito de redes interorganizacionais faz-se necessrio refletir sobre as competncias em seu sentido mais amplo de conhecimentos, habilidades e atitudes (LE BOTERF, 1999) requeridas aos que almejam estudar, compreender e explicitar redes interorganizacionais. Consequentemente, isso tambm expressa um ponto relevante aos docentes no planejamento de suas aulas e atividades associadas a redes interorganizacionais. Para uma anlise eficaz dos resultados obtidos importante destacar uma caracterstica da tcnica de anlise de contedo empregada na presente pesquisa: o interesse no est na descrio dos contedos, mas sim no que estes nos podero ensinar aps serem tratados (BARDIN, 2009, p. 40). Segundo Henry e Mascovici (1968 apud BARDIN, 2009, p.42) o objetivo central da anlise de contedo no o estudo da lngua ou da linguagem, mas sim a determinao mais ou menos parcial das condies de produo dos textos. Tem-se como foco central da anlise de contedo a articulao entre: a superfcie do texto, descrita e analisada (pelo menos alguns elementos caractersticos) e os factores que determinaram estas caractersticas, deduzidos logicamente. Seguindo o mtodo sugerido por Bradin (2009), a partir das deficincias dos discentes evidenciadas pela conduo das tcnicas de anlise de contedo e descrio estatstica dos resultados advindos da codificao dos corpus (respostas), buscou-se compreender os factores que determinaram estas caractersticas, deduzidos logicamente. Das inferncias e interpretaes dos pesquisadores sobre os conhecimentos e habilidades necessrias para suprir as deficincias dos discentes para o desenvolvimento de diagramas de rede tem-se: o domnio dos fundamentos e conceitos da TGS como necessrios atividade de anlise e explicitao de redes interorganizacionais. Tcnicas analticas como modelo entidade-relacionamento e decomposio de processos auxiliam no apenas no exerccio dos fundamentos da TGS, mas abrangem elementos pertinentes ao contexto das redes interorganizacionais. Uma habilidade essencial para explicitao de redes interorganizacionais, por intermdio de diagramas, a abstrao de entidades da rede. Conforme exposto no referencial terico, as tcnicas de modelagem de dados, por exemplo, o modelo entidade-relacionamento desenvolve, no apenas o conceito, mas a prtica de identificao e definio de entidades e de relacionamentos entre estas. O domnio de conceitos e tcnicas atrelados a processos de negcios direciona o analista a uma viso mais ampla do conjunto de afazeres e responsabilidades para entrega de um produto ou servio de qualidade. O que agrega valor ao cliente? Com quais recursos? So questes direcionadoras dos trabalhos de gesto por processos que condiciona o analista a ater-se a aspectos importantes da rede, como: produto ou servio a ser entregue, insumos importantes, principais atividades, sua governabilidade e seus atores. Na rede interorganizacional estudada, os procedimentos tpicos de decomposio e sntese da anlise de processos, tambm, indicariam a uva como sendo o principal produto da cadeia, assim como, destacaria o agricultor como o ator central da rede. O discernimento das entidades constituintes da rede os seus atores pr-requisito para compreenso das redes interorganizacionais. Tal discernimento, conciliado com a percepo temporal e seqencial dos principais eventos de negcio que ocorrem entre atores da rede os relacionamentos entre os atores -, capacitam o analista de redes a identificar recortes, ou melhor, decompor o propsito da rede em processos de negcios. Em cursos de administrao muito comum os alunos praticarem os fundamentos da TGS em disciplinas como Organizao Mtodos ou Administrao de Sistemas de Informao. Tcnicas para desenvolvimento de diagramas de estado, diagramas entidade-relacionamento e diagramas de decomposio de processos so abordadas nessas disciplinas que desenvolvem, respectivamente, boa fundamentao para compreenso de eventos de negcios, entidades (ou atores) e segmentao ou delimitao de processos de negcios. Isto deve ser uma das razes para o desempenho superior, embora no adequado, das turmas compostas por alunos graduados em administrao em comparao com a turma 4 composta por alunos, predominantemente, oriundos de cursos das reas de biomdicas. Como continuidade da pesquisa, recomenda-se a aplicao do mesmo teste, porm, atendo-se a delimitar e trabalhar previamente com duas amostras distintas: uma que tenha recebido contedo e experincia prtica com exerccios de modelo E-R e de processos de negcio e outra que no tenha recebido tal informao. Referncias ARMISTEAD, C.; HARRISON, A.; ROWLANDS, P. Business process re-engineering: lessons from operations management. International Journal of Operations Production Management, Bradford; v. 15, n. 12, p. 46-58 , 1995. BAQUERO, G. Mtodos de pesquisa pedaggica. So Paulo: Loyola, 1970. BARDIN, L. Anlise de contedo. 4ed. Lisboa: Edies 70, 2009. BERETTA, S. Unleashing the integration potential of ERP system. Business Process Management Journal, Bradford; v. 8, n. 3, p. 254-277, 2002. BERTALANFFY, L. Teoria geral dos sistemas. Petrpolis: Vozes, 1975. CASTELLS, M. Materials for an exploratory theory of the network society. British Journal of Sociology, v.51, n.1, p.5-24, January/March, 2000. 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